A caça prometida
Aos artistas e tecelões do Brasil
Aos
prazeres da caça
Aisha
se deleitava diariamente:
Vestir
ajó alinhado na pegada de preta,
Procurar
um bom emprego,
Farejar
a oportunidade de crescimento intelectual,
Seguir
as marcas da carreira profissional
Mais
produtiva do momento.
Armar
o cerco ideal para as entrevistas escorregadiças,
E
por fim,
Flechar
a vaga ofertada
Secamente
No
Mercado do risco.
É...
a caça prometida
Agora
abatida em Microempresa.
Ainda
há de ser reconhecida
Por
conduzir ao futuro
A
herança ancestral dos seus mais velhos,
Das
tranças, rendas, amarrações,...
De
um caminhar africano
Em
terras outras,
Por
vezes,
Estereotipado
em sua diáspora.
Contudo,
trajetória trilhada por irmãs e irmãos de tradição:
Mulheres
rendeiras, mães de santo,
Artesãs
e tecelãs.
A
bênção e licença aos que apontaram as possibilidades:
Abdias
do Nascimento, Mestre Dimas,
Ilê
Axé Opô Afonjá.
Ilê
Axé Iboro Odé,
Comunidade
Afro Bankoma.
Axé
ô!
É
por acreditar e ter fé
Que
Aisha e tantas irmãs
Unidas
por alma e causa
Praticam
a arte da caça todos os dias
Criando,
Redescobrindo,
Atentas
em vigília e aguerridas
Lutando
por seu lugar no mundo.
Elas
acreditam em todos aqueles
Que
têm confiança e persistência,
Que
acreditam e alimentam
O
crescimento de uma nação Azeviche vitoriosa.
Ana Fátima dos Santos (Salvador-Ba)
Publicado em: 5º Concurso Literário Pague Menos. Ceará: Farmácias Pague Menos, 2016, p.30.
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