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Mostrando postagens de 2016

A natureza do verbo

O mar, o céu, a mata, Elementos que preenchem as sementes De minha aventura pela lida com a palavra. Esta dita, bem-quista E aludida em breves sonatas. Não diga nada! Calo a vergonha do ato de aprisioná-la Em terras nunca antes desbravadas Nas profundezas de minhas molhadas lembranças. Memórias de Além-mar. Caos de alforrias amorosas, Cais de abraços irmanados. A preta do meu lado Carrega comigo as correntes de amores bandidos. Recordações de paixões e desejos Voluptuosos. Passagens de sombras outras Seguidas em passos largos... Firmes como o ferro, Inoxidável como o aço. Da chama que forja o metal de Ogun Brotam rimas aguerridas, Complementares em tons e cores Irmanadas em temperatura e correntes Que fluem dos braços de Oxum. Ah! Ser Quilombos de Palavras... É vibrar quilombos de sonhos, Anseios, Quilombo de encontros e memórias. Quilombo em pretumes, anunciando Com espada em punho: Dandara e Zumbi estão em terra! (Ana Fátima dos Santos) Caderno

ODUN - Encontro com escritoras negras

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Pense na felicidade de estar ao lado das minhas referências femininas!!! Dia 21 de outubro de 2016, na Katuka, Salvador-Ba Um encontro inesquecível com prosa, calor e muito de nós mulheres negras! Vamos!?

A caça prometida

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Aos artistas e tecelões do Brasil Aos prazeres da caça Aisha se deleitava diariamente: Vestir ajó alinhado na pegada de preta, Procurar um bom emprego, Farejar a oportunidade de crescimento intelectual, Seguir as marcas da carreira profissional Mais produtiva do momento. Armar o cerco ideal para as entrevistas escorregadiças, E por fim, Flechar a vaga ofertada Secamente No Mercado do risco. É... a caça prometida Agora abatida em Microempresa. Ainda há de ser reconhecida Por conduzir ao futuro A herança ancestral dos seus mais velhos, Das tranças, rendas, amarrações,... De um caminhar africano Em terras outras, Por vezes, Estereotipado em sua diáspora. Contudo, trajetória trilhada por irmãs e irmãos de tradição: Mulheres rendeiras, mães de santo, Artesãs e tecelãs. A bênção e licença aos que apontaram as possibilidades: Abdias do Nascimento, Mestre Dimas, Ilê Axé Opô Afonjá. Ilê Axé Iboro Odé, Comunidade Afro Bankoma.

A cartilha da autora século XXI

De mim, muito algo a desenrolar... Ser mulher é cheirar a ferida aberta Pulsar a flecha certeira Palmatória do mundo a acabar. Profissão escolhi, Estudos cumpri, Casa vigiei e arrumei. Mas meu deleite é outro: Letras a bailar Em papéis, telas e folhas; Perpetuar nas cabeças A alma de minhas histórias. Carregar pedras Para traduzir sentimentos e desejos: Mandamentos de autora! Pedras escritas e relidas Compromisso em ser mulher É reler e desdobrar A hélice das tramas de meus ancestrais Sem beber o amargor Do chicote malfeitor. Publicado na Antologia Poética Mulher Poesia , pela COGITO, 2016, p.16

Águas de Dandalunda

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Presente a Yemonja - fev. 2014 Foto: Marcio Neri Em Santiago do Iguape revi as matas de Ossayin. Pisei no engenho observei a miragem dos barcos dos Senhores rumo à igreja. Abracei a memória dos meus ancestrais e senti ares de minha casa para além do Atlântico. Mas retomei dos pensamentos pelas águas do Paraguaçu: aí foi uma kizumba só! Dancei samba de roda ginguei na capoeira casei amores nas quadrilhas de junho e sm piscar beijei meu preto no coreto da praça. No quilombo, olhares irmanados. O canto d'Os Bantos        me levou para o colo de Dandalunda e lá ninei meus sonhos aquilombei meus prazeres enfim, encontrei meu lar. Ana Fátima dos Santos (publicado em  Cadernos Negros vol. 37  - poemas afro-brasileiros, SP: Quilombhoje, 2014, p.26)

Amor Platônico

Primeiramente: #ForaTemer Pisando em ovos Beijei tua boca carnuda E te imaginei nua, Despida de preconceitos e medos. Receio ter dilacerado Tua virgindade, Intocada. Mas tem nada não! Amanhã, Democracia, Te mandarei flores e Um belo cartão escrito assim: Respeito, liberdade e Cidadania são direitos meus. Não os esconda de mim. Ana Fátima dos Santos Publicado na Antologia Poética Mulher Poesia . Salvador: COGITO Editora, 2016.

Espetáculo teatral SETE VENTOS de Débora Almeida

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(cartaz da peça em Salvador-Ba) Simplesmente amável! Se é que amar pode ser simples. De qualquer modo, o encanto sobre a apresentação dedicada e firme da atriz e dramaturga Débora Almeida me deixou maravilhada e ainda mais empenhada em minha missão enquanto escritora, mulher, negra. O espetáculo Sete Ventos é uma simbiose de amor, resiliência, ancestralidade e perspectiva de continuidade de nós mulheres negras dando passos firmes em um presente/futuro de prosperidade e fé.  Da infância, perpassando pelas jovens mulheres até a velhice, as mulheres de uma mesma família apontam diferentes questões que circundam a vida delas. Das repulsas que nós mulheres negras sofremos na vida desde a negação do corpo (em cabelo, nariz, boca, olhos) relembrando a pesquisadora Neusa Sousa em Tornar-se Negro (1983) pontuando que antes da negação da cor, a pessoa negra rejeita seu corpo que é violentado de todas as formas pelo racismo; ao forjar da personalidade (aquela que não sabe se comp

Rota da Ancestralidade, Palmares! (Okê Arô)

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A Dimas Santos, Baba mi Tantos séculos de resistência Fizeram,o negro firmar raízes, Florir estratégias de luta, Inundar de força seu canto, Queimar as injustiças dos intolerantes, Beijar o Alá de nossos ancestrais. Nosso caminhar é um rito Aquilombado nos braços de nossos orixás, E continuamente aldeado Na nossa matriz africana. Se no grito de Zumbi em guerra, Ogum se fez matéria, Das matas de Ossayin corre nosso sangue Para seguirmos nos ventos de Oya Nossa singularidade e amor. Nossa liberdade (re)nasceu em Palmares, Em Palmares alçaremos voo. Okê, axé que brota da terra. Okê, axé das águas que fluem, Palmarinamente, O nosso canto, Okê! Ana Fátima dos Santos (publicado em Cadernos Negros vol. 37 - poemas afro-brasileiros, Quilombhoje, 2014, p.25)

Águas de Oxumaré

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Chove gotas de esperança lá fora: por dias melhores por mais amores por mais dignidade. Chove dentro de mim também: possibilidades de flores nessa tempestade de ignorância da humanidade. A tristeza me inunda, mas não afoga meu desejo por faces menos nubladas e corações mais ensolarados. Ana Fátima dos Santos

I lovy you, baby!

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na gravitação do olhar saboreio cada milímetro do seu crescimento Boneco de pano criado pelo Kanaombo em homenagem a meu filho Akin (jun. 2016) sigo na ventania dos seus futuros passos ainda em meu ventre-mundo. gestaciono amor, assim como placenteio esperança e sua imagem de negra ternura já sementeia meus dias de conquistas. vida, águas brandas. durmo mais um dia amanhecendo sua vinda. desejando mais beleza e alegria para nossas negras crianças. Poemas publicado em Cadernos Negros vol. 37 - poemas afro-brasileiros . São Paulo: Quilombhoje, 2014, p.20.

Mulher Poesia - relançamento em Junho

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Que alegria!!! Com o lindo sucesso que foi a noite de Lançamento da Antologia Poética Mulher Poesia na última segunda-feira, 23 de maio, noticiamos a chegada de seu relançamento na Livraria Leitura, no Shopping Bela Vista em Salvador. Antologia que inicia em seu primeiro número pela Editora Cogito contemplando 38 autoras baianas com vivências e vertentes literárias diversas, desde o amor às lutas sociais cotidianas. Para quem não pode ir no lançamento, vale a pena esse próximo encontro!! Até mais! O quê: Relançamento da Antologia Poética Mulher Poesia Quando: 11 de junho de 2016 Onde: Livraria Leitura, Shopping Bela Vista - Salvador/BA Horário: 17 horas Quanto: R$30,00 o exemplar do livro.

Lançamento Antologia Mulher Poesia

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É com imenso prazer que convido todas e todos para o Lançamento da Antologia Poética Mulher Poesia a qual faço parte enquanto uma das autoras. A obra se compõe de textos poéticos de 38 mulheres da Bahia, que apresentam três textos de seus trabalhos individuais. A antologia está em sua primeira edição, realizada pela Editora Cogito (por Ivan Almeida), a qual já possui vasta produção em antologias. O que: Lançamento da Antologia poética Mulher Poesia Onde: Museu Geológico da Bahia, Corredor da Vitória (Salvador-Ba) Quando: às 18h30, 23 de maio de 2016.

Projeto Pé de Poesia - SALVADOR

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Que satisfação ver poesia nascendo em árvores! rsrs Na verdade, o Projeto Pé de Poesia idealizado pelo músico e poeta Fábio Shiva vem contemplar o trabalho de muitos poetas e poetisas baianas, com textos publicados ou não, que traduzem em palavras sentimentos e inquietações humanas. Dia 27 de abril fui visitar um dos "asilos poéticos" localizado no Campus I da UNEB, em Salvador. Realmente, o ato carrega em si uma releitura do texto literário, disponível, gratuito e tão valoroso quanto em livros e e-book. Além do Campo Grande (em praça), também tem Pé de Poesia, na Praça da Piedade, Passeio Público. Viva a Poesia! Vida longa ao Pé de Poesia!

Projeto de extensão do Campus dos Malês realiza lançamento da 38ª edição dos Cadernos Negros: Contos Afro-brasileiros

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em  11 de março de 2016   por  Assecom O projeto de extensão “Biblioteca Náutica na Baía de Todos os Santos”, vinculando  ao Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão (Nyemba), realiza o lançamento da 38ª edição dos “Cadernos Negros: Contos Afro-brasileiros”. O evento acontece na quarta-feira (16), às 14h, no auditório do Campus dos Malês. A ação conta com a participação dos escritores convidados: Ana Fátima dos Santos, da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), e do poeta Jairo Pinto. Na oportunidade, o professor da Unilab, Carlindo Fausto, realiza também uma apresentação da Trajetória dos Cadernos Negros. O grupo de pesquisa é coordenado pela professora Cristiane Souza.

Retomando aos trabalhos!

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É uma felicidade estar de volta nesta comunicação com vocês, leitoras e leitores, por meio do blog. Estive ausente em postagem, mas muito presente em poesia e ritmo literário! Aliás, encontro-me emocionada ao reler a última postagem "Origem" feita em 11 de maio de 2014 e um ano após, em 09 de maio de 2015, eu ganhava minha mais bela e perfeita poesia: meu filho com o educador Marcio Neri, Maurício Akin. Para os que desejam ter filhos, não há arte mais pura e completa... é fabuloso! Ao final de 2014, publiquei 5 poemas na Antologia Cadernos Negros vol. 37 (Quilombhoje, SP). Foi uma bela realização enquanto escritora e uma demanda forte e bem feita participar dessa antologia de mais de 30 anos, em que tenho grandes referências no cenário da Literatura Negra brasileira: Ana Célia da Silva, Jonatas Conceição, Cuti, Esmeralda Ribeiro, Conceição Evaristo, Lande Onawale, dentre outras(os). No começo de 2015, publiquei pela Revista Entrelinhas o poema "Eu-mãe".