A natureza do verbo
O mar, o céu, a mata, Elementos que preenchem as sementes De minha aventura pela lida com a palavra. Esta dita, bem-quista E aludida em breves sonatas. Não diga nada! Calo a vergonha do ato de aprisioná-la Em terras nunca antes desbravadas Nas profundezas de minhas molhadas lembranças. Memórias de Além-mar. Caos de alforrias amorosas, Cais de abraços irmanados. A preta do meu lado Carrega comigo as correntes de amores bandidos. Recordações de paixões e desejos Voluptuosos. Passagens de sombras outras Seguidas em passos largos... Firmes como o ferro, Inoxidável como o aço. Da chama que forja o metal de Ogun Brotam rimas aguerridas, Complementares em tons e cores Irmanadas em temperatura e correntes Que fluem dos braços de Oxum. Ah! Ser Quilombos de Palavras... É vibrar quilombos de sonhos, Anseios, Quilombo de encontros e memórias. Quilombo em pretumes, anunciando Com espada em punho: Dandara e Zumbi estão em terra! (Ana Fátima dos Santos) Caderno