Relógio

Bate mais uma vez
Um coração cansado
Cansado de bater.

O cansaço que toma
Conta do corpo maltrapilho
Que não faz questão alguma

De viver, de sonhar,
De pensar nos dias por vir
Ou por findar.

Imaginemos um samurai
Sem a sua espada em
Dia de luta

Ele não está perdido
Pois tem o corpo
Tem o poder
Tem o coração.

Este é sem dúvida uma das
Melhores armas do mundo.
Vence até o próprio dono

Não estou aqui para
Falar de coração
Ou muito menos de corpo.

Não, talvez esteja sim.
Começaremos do final
Cuja a tendencia é
Resgatar o princípio

Sem nenhum escrúpilo
Sem nenhuma mancha
Ou sombra de dúvida.

Estou pronto para aliançar
As forças do universo;
Mas quem sou eu?

Eu? Eu sou deus.
Não, eu sou ateu.
Não, eu sou eros
Não existe coisa melhor.

Escolherei o meu amor
Os falsos e eternos amores
E minha mãe que tente
Me impedir de tal façanha...!
(sou afrodite!)

Procuro no inferno
A tua salvação.
Sim, isto mesmo.

Vejo que o céu não
É o seu lugar e sendo assim,
Só há uma maneira:
Chamar alá para decidir.

Não me agradeça, pois
Já esqueci o motivo
Do agradecimento.

Olha as rajadas de vento do djavan!
O meu coração novamente
A bater cansado.

A terra gira em torno
Do sol e de si. E a lua?
A menina gira na roda
Com sua saia rodada.

Ai! O prego no martelo,
Caiu o marmelo de marcelo.
O cordão da união partiu
E cadê bibiu? Sumiu...

Olha a terra novamente a girar...
Quem matou napoleão?
Oh não!cadê joão?

Não tenho a obrigação de consertá-lo.
Ele quebrou há um minuto
E não quer fazer nem tum-tum

Nem tic-tac, tic-tac, tic-tac
Nem cuco-cuco, cuco-cuco
Nem qualquer coisa do gênero.
Nem qualquer coisa do tipo

Quero sair!quero voltar!
Quero cair! Quero pular!
Quero lili!quero iaia!
Quem me quer não está!

O que faço sem ele?
(pois está quebrado!)
O que faço com ele?
(pois está quebrado!)

Santo deus!
Eu é que não sou
Perdão, eu me confundi.

O coração ainda bate.
Foi o cérebro que parou
E o que escrevo já estava
A caminho da mão destra
Perdoe-me!

Este principalmente por eu
Não me importar com você
E escrever tudo que me vem à boca.

Sim, à boca.

Eu estou falando com você.
Não pense. Eu não penso!
(agora já bato outra hora)

Graças! Estou batendo de novo.
Mas o quê? O meu coração,
O meu cérebro ou
O meu corpo?

Tudo.
O que é bem melhor que nada.

Não estou mais cansado.
Acho que encontrei o descanso.
Mas onde estou?

Tudo é tão branco,
Tão silencioso tão parado.
Antes branco do que preto-cinzento.

Agora não quero imaginar
Onde posso estar.
O que interessa é que estou feliz!

Não sei se é bem felicidade
Mas estou leve, tão leve
Que posso até voar.
Subir, sumir, voltar pra terra.

A terra não gira mais
A menina parou de rodar
Os ventos não sopram mais
Não existe mais cordão.

João chegou com uma
Bomba-relógio na mão canhota
É o meu coração que bate
Sem o meu corpo.

Comentários

  1. Faz dias que leio e releio este texto, desde que visitei pela primeira vez este blog.


    Releio, leio e releio novamente, só para sentí-lo!
    É tão sublime.


    Queria poder ter visto, eu em forma de mosquito, lógico, sua cara quando o escrevia. Devia estar serena porque ele parece ter saido com tranquilidade, eu não sei se assim o foi de fato, só estou supondo, mas que parece, parece! Também isso não importa mais.

    O que importa é que ele está ai, bonito e "verde" como seu blog!

    Há uma esperança distinta neste espaço virtual, "onde a água pede licença para seguir seu rumo!"


    Beijos vermelhos,

    Mi e ChicO!

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